O cultivo hortaliças é muito dependente da irrigação, por isso, a principal preocupação do setor é se terá água suficiente nos reservatórios até o próximo ano. É o que diz Margarete Boteon, professora e coordenadora do Projeto Hortifruti Brasil, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Segundo a professora, “apesar de já ter um efeito da estiagem nas folhosas, o mais preocupante é quanto a reserva hídrica a partir de outubro e no primeiro semestre de 2022”. O maior limitador é não ter disponibilidade para irrigação.
O déficit hídrico pode gerar redução na oferta de hortaliças, que já foi prejudicada pelas geadas em julho, provocando aumento de preços. Mas, segundo Margarete, “não vai dar para colocar tudo na conta da seca“.
Para a professora, mesmo que chova e o preço deve subir da mesma forma. “Isso vai acontecer por uma série de variáveis: geadas, custos de produção em alta. Os insumos sofrem a influência do dólar, a própria conta de energia para quem irriga, a disputa por terras para arrendamento com a cultura de soja”, diz a professora.
Segundo Margarete, o repasse do custo de produção para os preços ao consumidor pode ser limitado pelo orçamento apertado das famílias.
Fonte: Brasil Agro